terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Virtude Cardeal da Temperança


O que é ter temperança? Será que tenho conseguido exercer e viver esta virtude?

Catecismo da Igreja Católica


1809. A temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração (63). A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento: «Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites» (Sir 18, 30). No Novo Testamento, é chamada «moderação», ou «sobriedade». Devemos «viver com moderação, justiça e piedade no mundo presente» (Tt 2, 12).

O que significa ela?


Com o catecismo nos fica muito claro como podemos ser pessoa que vivem a temperança, precisamos ser moderados. Moderados como? Muito simples, mantermos sempre equilíbrio sobre tudo aquilo que usufruimos no mundo.

É muito claro que nós vivemos num mundo onde os exageros são incentivados largamente na televisão, nas propagandas, outdoors e inclusive chega a ser um mérito social bater no peito que você enche a cara de bebida ou que abusa da comida todos os dias.

O exemplo mais clássico da temperança se dá na bebida e na comida, porém não se resume somente nisto: temos que nos moderar em tudo o que usufruimos.

Devemos nos moderar nas comprar para não cairmos em consumismo, nos moderar em nossas apegos com o próximo para não nos fazermos escravos dele, nos moderar nas brincadeiras para que não ofendamos ou prejudiquemos alguém (brincadeiras são saudáveis até um certo ponto, uma vez que passamos do limite por falta de moderação ela se torna prejudicial e fonte de pecado). Devemos inclusive nos moderar no nosso desejo por sucesso financeiro e profissional, não que o sucesso destes seja um problema, mas vemos que muitas vezes a falta de moderação se dá de maneira que o pai de família praticamente abandona sua família em prol de trabalhar apenas (muitas vezes sem tanta necessidade assim, pois o padrão de vida já é razoável e digno). Vamos sacerdotes imoderados também onde exageram tanto na execução trabalhos sociais (que por si só não é ruim se não atrapalhar seu estado de vida) que os paroquianos terminam sem ter acesso á confissão ou aos sacramentos (a caridade é boa, mas o essencial do sacerdote é fornecer os sacramentos aos seu paroquianos e não deixá-los como coisas secundárias).

Veja que em todos os âmbitos devemos no moderar para que possamos exercer de forma saudável tudo o que podemos no mundo. Se nós perdemos a moderação em algo, as demais coisas começam a ser prejudicadas e deixadas de lado com grande danos à outros ou à Deus. Quantas vezes somos imoderados em nossas atividades à ponto de chegar ao fim do dia e não termos tempo e nem energia para orarmos à Deus ou nos lembrarmos Dele?

Em resumo a temperança é se apegar de maneira saudável às coisas, pois qualquer desequilíbrio em nossos gostos e desejos se torna vício ou dano ao próximo. Se não conseguimos controlar nossos desejos, eles controlam a nós e as tentações do demônio vem com mais força e com maior chance de derrubar-nos.

Exemplos


Sem dúvida novamente podemos encontrar o exemplo máximo de temperança no nosso Mestre, que é Jesus Cristo. Ele passou sua vida inteira sendo temperante, porém aqui gostaria de chamar a atenção sobre uma breve citação:
"Cheio do Espírito Santo, voltou Jesus do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde foi tentado pelo demônio durante quarenta dias. Durante este tempo ele nada comeu e, terminados estes dias, teve fome." (Lc 4, 1-2)
O que esta passagem tem a ver? Se lermos antes e depois veremos que Jesus é batizado por João Batista e então da início ao anúncio do Reino. O interessante é que esta passagem nos mostra, que a primeira coisa que Jesus fez ao dar início ao anúncio do Reino foi se colocar na presença de Deus e orar antes de pregar o Reino. Veremos que também que antes de sua paixão ele para para rezar e muitas vezes ele vai ao monte rezar durante sua missão. Assim vemos que Jesus nunca deixou o apego pela missão sufocar sua relação com o Pai. Claro que nesta passagem também vemos que Jesus foi temperante contra as três tentações ao vencer os desejos humanos que Satanás tentava instigar.

Podemos ter em nosso cotidiano vários exemplos de temeperança:
  • Evitar comer demais
  • Evitar ficar bêbado
  • Evitar ficar fumando
  • Equilibramos nosso tempo para Deus, para a família/sacerdócio e para o profissional
  • Equilibramos nossas atividades com o tempo para orarmos
  • Quando somos capazes de abrir mão de nossos gostos pra fazer o dos outros
  • Quando suportamos com tranquilidade os nossos gostos que não foram feitos
  • Quando vivenciamos um luto saudável diante da morte de alguém querido (a pessoa que quer se matar porque o outro morreu certamente tem um apego excessivo)
  • Quando nos diciplinamos no tempo que damos à nossas atividades (não ficamos o dia inteiro na internet, não ficamos o dia inteiro jogando, não ficamos o dia inteiro fora de casa quando temos uma família pra cuidar, etc)
  • Quando moderamos a sexualidade dentro do casamento de forma que o casamento não se resuma somente à isso
  • Quando somos capazes de abrir mão do jogo de futebol ou da novela para realizar outras atividade ou ir à missa que é nossa obrigação

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