 | É comum nos depararmos com a pergunta: "qual é o seu signo? Você já leu seu horóscopo hoje?". Ou ainda há quem diga: "Não vou sair de casa hoje porque meu horóscopo falou que vai ser um dia ruim". "Devido ao alinhamento dos planetas não vou fazer determinada coisa". Há também "aplicações mais práticas" como: "Fiz seu mapa astral e não irá dar certo seu namoro com determinada pessoa". Mas afinal de contas... estas práticas podem fazer parte da vida de um cristão? O que a Tradição da Igreja e a Bíblia nos diz sobre estes temas? |
Catecismo da Igreja Católica
No catecismo vemos claramente que a Palavra de Deus é contrária à estas práticas.2115. Deus pode revelar o futuro aos seus profetas ou a outros santos. Mas a atitude certa do cristão consiste em pôr-se com confiança nas mãos da Providência, em tudo quanto se refere ao futuro, e em pôr de parte toda a curiosidade malsã a tal propósito. A imprevidência, no entanto, pode constituir uma falta de responsabilidade.
2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente «reveladoras» do futuro (45). A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenômenos de vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.
Entendendo estas práticas
Primeiramente temos que entender o que são estas práticas pelo menos de uma forma resumida.- Horóscopo - É um diagrama que, baseado na posição das estrelas e astros, nos informa caráter, eventos importantes e outras informações com a personalidade da pessoa.
- Astrologia - É uma "ciência" que estuda os astros e suas posições para ter conhecimentos presentes ou fazer previsões. É justamente esta "ciência" que gerou o Horóscopo.
Sobre a idolatria
Quando consultamos estas pessoas pecamos contra o primeiro mandamento: "Amar à Deus sobre todas as coisas". Vejam que estamos concedendo o poder de conhecer o futuro, a nosso ser e outros conhecimento à meros astros. Em resumo... estamos considerando os astros como deuses capazes de ter este poderes caindo na idolatria.Sobre o futuro
A previsão astrológica do futuro é completamente falha e mentirosa. O futuro é completamente incerto pois temos livre arbítrio e nada pode nos prender a uma ação, na Bíblia vemos que Deus anuncia o que acontecerá SE as pessoas não se converterem (sempre envolvendo o livre arbítrio humano e o objetivo de salvar as pessoas da condenação e pecado). Não existe ciência que pode prever o que um ser humano vai fazer ou não, o que existem são apenas chutes.Note que nos horóscopos sempre prevêem coisas extremamente generalizadas, de modo que chutando algo bem genérico para 500 milhões de pessoas, é quase certo que vai acabar acontecendo. É equivalente à eu afirmar que irá morrer alguém dentro de poucos minutos, pois isso vai acontecer com certeza, uma vez que estudos nos mostram que morre-se várias pessoas no mundo a cada minutos. Isso não é advinhação, mas sim um charlatanismo barato para mostrar que tenho falsos poderes sobrenaturais à base do chute.
Vale lembrar que é possível Deus revelar o futuro à alguém, porém não será por meio dos astros, mas sim de seus profetas. Mas qual a diferença? Os profetas faziam profecias para salvar as almas do povo, os astrólogos não salvam almas, mas apenas saciam a curiosidade humana e alimentam a fome do homem de se fazer de Deus.
Sobre a personalidade da pessoa
Este conhecimento é mais absurdo ainda. Vejamos... a psicologia nos apresenta um estudo sobre a psiquê humana, ou seja, seria mais ou menos nosso estado mental, emocional, afetivo, etc. E esta ciência verdadeira apresenta uma dificuldade tremenda de se estudar o modo de ser e pensar das pessoas, quem dirá um bando de previsões chutadas? Como pode cálculos matemáticos inventados ou combinações de astros gerar personalidades?Pensemos... se existem 12 signos, então somente existem 12 tipos de personalidades nas pessoas. Coisa que ao observarmos na realidade é absurdo, pois não existe uma única pessoa no mundo e na história da humanidade que é idêntica à outra em personalidade. Pode haver grande semelhança, mas mesmo assim há diferenças, mesmo que tenham nascido no mesmo mês, dia, hora, etc.
O que dizem os santos?
- São Gregório Nazianzeno († 390) – Diz que a astrologia é perigosa para muitos e condena os horóscopos (Em Louvor do Irmão Cesário).
- São Cirilo de Jerusalém, doutor da Igreja (†386): “Nós não vivemos segundo os horóscopos e a conjunção dos astros, como os astrólogos delirantemente acreditam”. “Não devemos dar crédito aos astrólogos, pois deles disse a Sagrada Escritura” [confira: Isaías 47: 13] (Sobre a Penitência).
- São Gregório de Nissa, doutor da Igreja (†394) – Defende o livre-arbítrio contra o fatalismo astrológico. Reduz ao absurdo a idéia de que a posição das estrelas no nascimento determina o destino dos homens (Johannes Quasten).
- São João Crisóstomo, doutor da Igreja (†407) – diz que as profecias dos astrólogos são produtos do demônio. "Quem abandona a fé e se entrega aos astrólogos, leva os demônios a dispor dos fatos a fim de que aconteçam para o agrado dessas pessoas". (Homilia 75 sobre o Evangelho de São Mateus)
- Santo Agostinho, doutor da Igreja (†430) já condenava a astrologia, ensinando que se Deus agisse pelos astros, Ele seria mau; o que é uma blasfêmia: “Os astrólogos dizem: a causa inevitável do pecado vem do céu; Saturno e Marte são os responsáveis. Assim isentam o homem de toda falta e atribuem as culpas ao Criador, Áquele que rege os céus e os astros” (“Confissões”, I, IV, c. 3). Ele afirma também que se libertou dos grilhões da astrologia após sua conversão. E propõe argumentos contra os horóscopos tirados das experiências de amigos e cita o caso dos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25, 19-28) (“Confissões”, L. VII).
- São João Damasceno, doutor da Igreja (†749) – Nega o princípio de causalidade astrológico.
O que dizem os cientistas?
- Andrew Fraknoi, da “Astronomical Society of the Pacific”, relata investigações estatísticas realizadas que negam a existência de efeitos causais entre os astros e os fatos humanos.
- Bernar Silverman, psicólogo da Universidade do Estado de Michigan (USA), analisou as datas de nascimento de 2.978 casais em vias de casamento e outros 478 a caminho do divórcio. Ele comparou as predições astrológicas com os dados reais e não achou confirmação alguma.
- John McGervey, físico da “Case Western Reserve University”, analisou aniversários e biografias de 6.000 políticos e de 17.000 cientistas, a fim de ver se estas profissões se agrupavam em torno de certos signos, conforme as predições dos astrólogos. Mcgervey verificou que ambos os grupos se distribuíam em torno dos signos, de modo completamente aleatório.
- Michel Gauquelin, estatístico francês, enviou o horóscopo de um dos piores assassinos da França a 150 pessoas, perguntando como elas se encaixavam no dito horóscopo, não revelando obviamente a origem dele. Resultado: 94% das pessoas se reconheciam ali descritas.
- Roger Culver e Philip lanna, ambos astrônomos, analisaram 3.000 predições astrológicas publicadas por conhecidos astrólogos e organizações astrológicas durante cinco anos. Essas profecias se referiam a personagens famosos, como artistas de cinema e políticos. Os astrônomos verificaram que apenas 10% das previsões podiam ser aceitas.
