Sagrado Coração da Salete: A Igreja e o Aborto

A questão do aborto é insensatamente debatida nos dias atuais e com muita tristeza vemos como existem grandes ONGs que lutem à favor do aborto.

Porém o que é mais de se entristecer é justamente quando entre os defensores do aborto encontramos católicos, os quais nem mais o título de católicos deveriam usar quando defendem estas obras diabólicas.

Por isso nós devemos ver o ensinamento completo da Igreja, mesmo que de forma resumida, porém com vasto material complementar, para compreendermos o porque a Igreja é contra e a gravidade de tal realidade.

Catecismo

O catecismo de maneira muito clara nos afirma o aborto como pecado e mostra que a vida começa desde a concepção e não somente após o nascimento, afinal não podemos nos esquecer que possuímos alma dada por Deus:

2270. A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida (46).

«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi: antes que saísses do seio da tua mãe, Eu te consagrei» (Jr 1, 5).

«Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra» (Sl 139, 15).

2271. A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral:

«Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido» (47).

«Deus [...], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis» (48).

Santos sobre o aborto

Creio que aqui não seja necessário muitas citações, pois a Beata Teresa da Calcutá nos deixou uma pequena reflexão sobre a gravidade do aborto que contempla sua total gravidade:

"Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?" (Madre Teresa de Calcutá)

Magistério da Igreja

A Igreja vendo que aos poucos os governos ignoravam a gravidade do aborto e os liberavam viu a necessidade de promulgar por ela mesma uma pena contra o aborto para conscientizar os fiéis sobre a gravidade deste pecado e inseriu no Código de Direito Canônico o seguinte cânon:

Cân. 1398 — Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae. (Código de Direito Canônico)

Esta reafirmação aparece no Catecismo:

2272. A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canónica da excomunhão este delito contra a vida humana. «Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae (49), isto é, «pelo facto mesmo de se cometer o delito» (50) e nas condições previstas pelo Direito (50). A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.

Com isso, todo aquele católico que procurar aborto ou ajudá-lo ou ainda lutar à favor deste ideal está automaticamente excomungado. Porém vale ressaltar aqui o seguinte: se você cometeu este pecado e não sabia desta pena da excomunhão, então não está excomungado, afinal como pode-se aplicar uma pena que não era conhecida?

Porém se você acabou de ler isto e daqui em diante praticar estes delitos, então estará automaticamente excomungado, rompendo sua união com o Corpo de Cristo, conforme promulgação da Santa Sé e para resolver sua situação deve-se buscar a orientação de seu sacerdote ou do bispo.

Isso é muito severo? Não! Vamos pensar... se você deseja matar bebês inocentes em troca de não ter o trabalho exaustivo de criar um filho, então meu amigo, você não tem nada de cristão, afinal a vida é dom de Deus e rebaixar a vida a uma coisa dispensável é tão grave quanto dizer que Jesus não é Deus, ou seja, como ser um cristão que não acredita na divindade de Jesus? Ou como ser cristão que acha dispensável o dom da vida dado por Deus se uma dimensão do Sacramento do Matrimônio é justamente a reprodução?

Ainda podem dizer: "Mas eu discordo", mas ai que está o seu problema de fé e obediência. Católico não discorda do Magistério infalível da Igreja, afinal, isso é discordar do Espírito Santo que guia a Igreja, e católico que não concorda com o Espírito Santo não é católico. Precisamos tomar consciência que o católico não está interessado no que ele acha ou satisfazer suas opiniões, mas no que Deus quer e nos ensina mesmo que isso não nos agrade.

A questão demoníaca

O aborto sem qualquer dúvida é claramente uma obra diabólica basta olharmos na Bíblia:

Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira. (Jo 8,44)

Podemos ver que a obra máxima do diabo nesta vida é justamente levar os filhos de Deus à morte ou a matarem uns aos outros. Com efeito podemos encontrar alguns vínculos claros entre o aborto e o demônio.

Como por exemplo a clínica abortista que deixou de funcionar após orações de exorcismo:
http://www.paraclitus.com.br/2012/anoticias/clinica-de-aborto-nos-eua-e-fechada-apos-oracoes-de-exorcismo/

Ou ainda as frequentes afirmações dos padres exorcistas, como o Pe. Gabriele Amorth, que incassavelmente nos lembra que as pessoas que praticaram aborto abriram uma porta à possessão demoníaca e que estes casos que envolvem o aborto são mais trabalhosos de se exorcizar.

A questão científica

A ciência não oferece embasamento nenhum para que o embrião não seja uma vida ou um ser humano, mas muito pelo contrário ela apenas atesta claramente e sem dúvida que o embrião é um ser humano autêntico desde a concepção.

O assunto é muito vasto, os danos que ele acarreta para a mulher que abortou e as afirmações científicas deixaremos no Saiba Mais no final do post para maior aprofundamento, pois um post é muito pouco para se constatar tudo isso. Deixemos apenas uma citação atual de exemplo:

“As duas células gradualmente e graciosamente se tornam um. Este é o momento da concepção, quando um conjunto exclusivo de DNA de um indivíduo é criado, uma assinatura humana que nunca existiu antes e nunca será repetida.” (“No Ventre”, National Geographic, 2005.)

A questão social

O aborto traz grandes consequências socias. As duas maiores são a eugenia e a extinção.

Eugenia é quando se busca o nascimento somente dos seres mais perfeitos, coisa que encontramos no mundo animal quando uma mãe mata um bebê manco ou com outra deficiência, porém não somos animais e essa atitude é claramente contra a dignidade humana e claramente discriminatória (tanto se defende homossexuais contra homofobia, que em números reais não é um fato tão dramático como se apresenta, mas e quanto a fobia de bebês?).

Se posso matar um bebê anencéfalo, porque não seria correto também matar minha vó que sente dores, meu pai que está de cama, um deficiente em cadeira de rodas, alguém tetraplégico ou algum autista, alguém com AIDS e a partir daí chegamos ao holocauto nazista onde matavam as raças consideradas inferiores ou menos dignas, embora pareça um exagero a comparação não o é, pois é assim que se começa: exterminando pequenos grupos.

A questão da extinção parece um pouco exagerada no termo, mas um controle de natalidade com métodos não naturais, atos sexuais propositalmente inférteis (como o ato homossexual e como a anti-concepção não natural heterossexual, o problema não distingue orientações sexuais, o dano do homo e do hetero na sociedade é idêntico) e o aborto tem fechado a sociedade ao nascimento de novos cidadãos e feito a população entrar em declínio onde estatisticamente podemos observar drasticamente que a população tende a desaparecer.

Acha exagero? Então porque será que governos europeus incentivam tanto a geração de filhos por parte dos casais? Os fatos comprovam o que disse, justamente porque já constataram isso em seu censo (Vide artigo "O triste envelhecimento das nações - Prof. Felipe Aquino" abaixo).

Com isso vocês podem enxergar melhor o problema e ver que a sexualidade é feito para a união do casal e para a reprodução, abandone uma destas realidades e as cosequências sociais aparecem.