segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Virtude Cardeal da Prudência

O que é esta virtude? Como exercê-la? Como saber se estou sendo prudente?
Virtude Cardeal da Prudência

Catecismo da Igreja Católica

1806. A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir. «O homem prudente vigia os seus passos» (Pr 14, 15). «Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar»(1 Pe 4, 7). A prudência é a «recta norma da acção», escreve São Tomás (62) seguindo Aristóteles. Não se confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou dissimulação. É chamada «auriga virtutum – condutor das virtudes», porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida. É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar.

O que significa ela?

A virtude da prudência nos torna prudentes. Parece óbvio, mas o que é ser prudente? Ora, a palavra talvez que melhor defina uma pessoa prudente é equilibrado. Será que sou equilibrado?

Mas equilibrado no que? Em tudo. Em seu modo de agir, em seu modo de pensar, em seu modo de lidar com as coisas. A pessoa prudente analisa as coisas com cuidado, analisa possibilidades e consequências antes de agir, ou seja, ela procura refletir sempre antes de falar algo ou fazer algo.

Esta virtude também nos impede de cairmos em ilusões. Você olha para aquela menina ou menino que é o mais lindo da escola sem se preocupar com seu interior e seu caráter e com essa ilusão você ignora tudo e sai namorando com ele ou casando. Resultado... separação, divórcio, mágoas e tristezas.

Ser prudente é ser ponderado, é planejar tudo, é prever as consequências, é se ocupar e não se preocupar. A pessoa perde o emprego e entra em pânico de como ela vai pagar suas contas dali a quinze dias, certamente isso é ser imprudente, pois a preocupação não serve para nada resolução do problema, mas a ocupação de ir atrás de outro emprego ou de ajuda certamente vai contribuir. Note que a preocupação é ruim, mas planejar é bom, há uma grande diferença entre preocupação (martelar na cabeça algo que vai te fazer mal) e planejamento (avaliar as consequências e modos de agir diante de uma situação antes de executá-la). Deixe as preocupações e abrace as soluções.

Ela também avalia o bem que devemos fazer e o mal que devemos evitar. Uma pessoa prudente busca evitar ocasiões de tentação enquanto por outro lado busca ver onde é possível se esforçar para fazer o bem. Não seria muito prudente você entrar num centro de macumba e sair condenando suas práticas idolátricas mesmo que você esteja pregando o que é certo, você está fazendo na ocasião errada, pois seu tempo ali vai ser usado num lugar onde as pessoas não querem saber o que você tem à dizer e ainda por cima vai criar uma situação de desentendimento, por isso seria prudente você gastar este tempo e esforço do centro de macumba para pregar para pessoas que querem ouvir a Palavra de Deus e não tem quem pregue para elas, pois isso geraria muito mais frutos que o caso anterior.

Podemos no fim resumir assim: prudência é se preocupar com o que é essencial, o que realmente é necessário e o que realmente vai levar à um bem maior e deixar de desperdiçar esforços e tempo em bobagens que apenas nos atrapalham como ilusões, preocupações, improvisos.

Exemplos

Não precisamos dizer que Jesus é o exemplo máximo de prudência, pois Ele certamente é exemplo para tudo o que é bom e verdadeiro. Vamos nos ater aqui a uma interessante passagem da Bíblia onde Jesus usa de uma prudência impressionante que vale a citação:
Alguns fariseus chegaram e começaram a falar com Jesus. Eles queriam conseguir alguma prova contra ele e por isso pediram que ele fizesse um milagre para mostrar que o seu poder vinha mesmo de Deus. Jesus deu um grande suspiro e disse:
- Por que as pessoas de hoje pedem um milagre? Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum milagre será feito para estas pessoas.
Então Jesus foi embora. Ele subiu no barco e voltou para o lado leste do lago. (Mc 8,11-13)
Com isso vemos como Jesus foi prudente. O milagre ali iria converter almas? Não, ia apenas gerar pessoas impressionadas com algo sobrenatural e acusadores. Sendo assim Jesus se recusa à realizar milagres ali. Cai aproximadamente no caso da pregação no centro de macumba. Jesus fazia milagres onde tinha gente interessada à se converter e não em qualquer lugar.

Ainda podemos observar em nossas vidas cotidianas outros exemplos:
  • Quando somos sensatos.
  • Quando refletimos sobre as coisas.
  • Quando diante de preocupações mantemos a serenidade e focamos em buscar soluções.
  • Chefes e coordenadores que evitam a distração, esquecimento, improviso frequentes.
  • Não deixar as coisas para última hora.
  • Não ficar mudando de planos por falta de planejamento.
  • Controlar adequadamente as depesas, as contas e os prazos.
  • Planejar suas ações.
  • Pensar antes de falar.
  • Buscar o essecial antes das coisas secundárias.
  • Buscar se orientar na Palavra de Deus e na Igreja.
  • Orientar nossas ações segundos a moral cristã.
  • Avaliar qual o bem que devemos fazer ou qual pastoral realmente devemos participar.
  • Avaliar qual o mal que devemos evitar ou que podem vir de boas intenções nossas.
  • Tomar cuidado com as roupas que usamos para que nossos irmãos não pequem nos olhando com desejo.
  • Não utilizar dons e carismas diante de pessoas às quais não pretendem se converter ou se edificar através deles.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...